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Preço de aluguel sobe quase o triplo da inflação

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BERNARDO CARAM
Especial para o Jornal da Tarde

Alugar imóveis na cidade de São Paulo está mais caro. A pesquisa mensal de aluguel residencial realizada pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP) mostra que o aumento de preços nos últimos doze meses atingiu porcentual quase três vezes superior à variação da inflação no mesmo período.

Entre julho de 2011 e junho de 2012, a alta acumulada dos novos aluguéis na capital chegou a 13,2%, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 4,9%.

Para o coordenador do índice FIPE/Zap, Eduardo Zylberstajn, se observados em um prazo maior, os números mostram que a alta do aluguel é ainda mais expressiva. Nos últimos quatro anos, a variação em São Paulo chega a 52%. Segundo ele, a demanda por aluguel é muito maior que a oferta.

De acordo com Zylberstajn, o grande problema é que a oferta de imóveis, principalmente para aluguel, muda pouco no curto prazo. Os domicílios construídos em São Paulo, cerca de 30 mil ao ano, não são suficientes. “O Brasil tem cerca de 60 milhões de famílias. As projeções indicam que chegaremos a 90 milhões em 2030. Essas famílias vão buscar lugar para morar”, diz o coordenador.

A diretora comercial da Lello Imóveis, Roseli Hernandes, considera que quem mais sofre com a variação do aluguel são as famílias de renda mais baixa. “As regiões nobres já se valorizaram demais e tendem a ficar com preços estáveis. Enquanto isso, regiões de periferia que recebem novos negócios e infraestrutura acabam se valorizando”, afirma. Um exemplo é o distrito de Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo, que teve valorização de mais de 200% em três anos.
A professora aposentada Hilda Di Cunto fechou no último mês o primeiro contrato de aluguel residencial. Moradora de uma casa de três andares, Hilda viu a necessidade de se mudar depois de desenvolver artrose em um dos joelhos. Ela não quis esperar a venda da casa e alugou um apartamento na região da Mooca.
Hilda diz que o preço do aluguel está alto do que esperava, mas se decidiu pela comodidade que o novo imóvel proporcionaria.
Apesar da alta expressiva de preços no último ano, a diferença de valores entre maio e junho deste ano foi de 0,2%. Variação que, na opinião da diretora comercial da Lello Imóveis, não vai se alterar nos próximos meses. “A tendência deve ficar entre estabilidade e aumento, mas sem valorização desenfreada”, prevê.
De acordo com o diretor da vice-presidência de gestão patrimonial e locação do Secovi-SP, Mark Turnbull, o crescimento econômico e a elevação da renda das famílias nos últimos anos levaram a um aumento de demanda, mas com o recente resfriamento da economia, vai haver uma readequação nos preços de aluguel. “Não é certo que haverá redução dos valores, mas a tendência é que haja estabilidade”, diz.
Para Roseli Hernandes, da Lello, num cenário de preços elevados, as pessoas devem ter ainda mais cuidado com o orçamento. “O morador precisa lembrar que haverá despesas com condomínio, conta de água, conta de luz e IPTU”, alerta Roseli.
Segundo Turnbull, para que haja economia, é preciso avaliar a necessidade. Se a pessoa precisa se mudar o mais rápido possível, deve pesquisar e negociar. Para quem não tem tanta urgência, a melhor opção é esperar. “Não que o preço vá baixar, mas num cenário de estabilidade, todo tempo ganho é vantagem”, diz.
De acordo com o coordenador do índice FIPE/Zap, com o crédito facilitado e juros reduzidos, a compra do imóvel também pode ser uma opção viável. “A pesquisa é sempre a melhor aliada de quem quer fazer um bom negócio.” ::


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